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Originário das raízes profundas da África, o jongo, também conhecido como caxambu, é um ritmo que ecoa os batuques ancestrais dos povos bantu da região do Congo-Angola. Sua jornada até as terras brasileiras foi marcada pelo sofrimento e pela resiliência dos escravos que foram arrancados de suas terras e trazidos para as fazendas de café no Vale do Rio Paraíba, nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, durante o período colonial.


No Brasil, o jongo tornou-se uma expressão poderosa da cultura afrodescendente, um testemunho vivo da resistência e da sobrevivência dos povos africanos subjugados. Nas fazendas isoladas, onde a opressão era avassaladora, os escravos encontravam no jongo uma válvula de escape, um momento de conexão com suas raízes, de celebração da vida e de resistência contra a injustiça.



A dança profana do jongo é mais do que simples entretenimento; é uma manifestação de espiritualidade, uma reverência aos ancestrais e uma celebração da comunidade. Nas rodas de jongo, os mais velhos compartilhavam os segredos e os ensinamentos com os mais jovens, transmitindo não apenas os passos da dança, mas também a história e a sabedoria de um povo que sobreviveu à adversidade.


Ao longo dos anos, o jongo deixou sua marca indelével na música popular brasileira, influenciando diversos gêneros e artistas. Suas batidas pulsantes e suas melodias cativantes ecoam em músicas de samba, maracatu e outras manifestações culturais do Brasil.



Entre as personalidades mais proeminentes ligadas ao jongo, destacam-se figuras como Tia Ciata, conhecida como a "Mãe do Samba", que trouxe consigo as tradições do jongo para o Rio de Janeiro, contribuindo para a formação do samba carioca. Outro nome importante é o de Dona Maria Teresa de Jesus, mais conhecida como Tia Maria do Jongo, uma das guardiãs dessa tradição no estado do Rio de Janeiro, que dedicou sua vida à preservação e à disseminação do jongo.


Hoje, o jongo continua a ser celebrado e preservado por comunidades em todo o Brasil, como uma forma de honrar o legado dos antepassados e de afirmar a identidade afro-brasileira. Sua influência perdura não apenas na música, mas também na cultura e na consciência coletiva do povo brasileiro, lembrando-nos da importância de reconhecer e valorizar as contribuições dos povos africanos para a construção da nação brasileira.


Fonte: http://cidadedasartes.rio.rj.gov.br/noticias/interna/531#:~:text

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