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O ritmo Ijexá, ou Ìjèsà como também é conhecido, é uma manifestação musical de profunda raiz africana que encontrou solo fértil no Brasil, especialmente em regiões onde a presença da cultura Yorùbá e suas tradições religiosas se fez marcante. Originário da Nigéria, o Ijexá foi trazido para o país durante o período da escravidão, mantendo-se vivo através da resistência dos povos escravizados e de suas práticas religiosas, notadamente no culto às Divindades Africanas.


Sua presença é particularmente forte no Candomblé Nagô da Bahia, no Ijexá do Sul do Brasil e nos terreiros de Umbanda espalhados por todo o país.



Com um ritmo moderado e envolvente, o Ijexá possui uma sonoridade característica que mescla elementos da cultura africana com influências regionais brasileiras. Sua cadência cativante e sua riqueza melódica o tornam uma peça fundamental no cenário musical brasileiro, sendo amplamente utilizado em diversas produções musicais, inclusive fora do Brasil, onde é conhecido em alguns lugares como Afoxé.


Ao longo da história da música popular brasileira, o ritmo Ijexá foi incorporado em diversas composições, contribuindo para a diversidade e a riqueza do repertório musical do país. Grandes nomes da música brasileira, tanto na música popular quanto na religiosa, exploraram e difundiram o Ijexá em suas obras, enriquecendo ainda mais sua importância cultural.


Entre as personalidades mais proeminentes associadas ao gênero, destacam-se artistas como Gilberto Gil, que trouxe elementos do Ijexá para sua música e o popularizou em âmbito nacional e internacional, e Caetano Veloso, cujas composições frequentemente incorporam ritmos e influências africanas, incluindo o Ijexá. Além disso, grupos como Filhos de Gandhy, Olodum e Ilê Aiyê foram fundamentais na difusão do Ijexá, incorporando-o em seus repertórios e levando-o a públicos cada vez mais amplos.



O Ijexá não apenas enriquece o panorama musical brasileiro com sua sonoridade singular, mas também representa uma conexão vital com as raízes africanas do país, reafirmando a importância da preservação e valorização da diversidade cultural. Assim, sua presença continua a ecoar nas diversas expressões artísticas do Brasil, mantendo viva a herança e a influência da cultura Yorùbá na música e na identidade brasileiras.



Fonte: https://energiadacultura.com.br/portfolio/toque-ijexa-nocoes-basicas-e-cantiga-para-esu